sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mariana Rios: A bela do Araguaia

No papel da vilã Nancy, a novata Mariana Rios desponta como o grande destaque da novela das seis

ÉPOCA - Você começou como cantora. Como foi essa experiência?
Mariana Rios -
Canto profissionalmente desde os sete anos de idade. Sou mineira de Araxá e sempre me apresentei em festival de música. Também fazia jingle para TV. Com dez anos, comecei a ter banda. Sempre tive vontade de fazer teatro, mas na minha cidade não tinha curso. Eu sabia que ia continuar cantando até fazer 18, quando teria que me mudar para o Rio ou São Paulo e poder fazer um curso de atuação. Com 18 vim para o Rio e comecei a fazer CAL (Casa das Artes de Laranjeiras).

ÉPOCA - Sozinha?
Mariana Rios -
Vim para o Rio sem conhecer ninguém mesmo, na cara e na coragem. Não tinha como meus pais virem comigo, os dois trabalhavam, tinham o meu irmão, que era pequeno... Além disso sempre tive uma cabeça muito boa, sempre batalhei pelas minhas coisas, nunca dei trabalho. Isso facilitou a confiança que eles tinham em mim. Ele sabiam que mais cedo ou mais tarde eu lutaria pelo que eu queria. E não foi fácil, foi complicado, eu passei por várias coisas, mas toda vez que eu ia desistir acontecia alguma coisa que me fazia ficar.

ÉPOCA - O que houve de ruim?
Mariana Rios -
Algumas coisas, passei muito perrengue aqui. Cheguei para ficar em uma república na Tijuca, na Avenida Maracanã. Dividia o quarto com uma menina. Não deu certo, uma dia ela virou pra mim e disse que não gostava do meu jeito. Sou uma pessoa alegre, gosto de cantar e ela dizia que isso incomodava. Mesmo em situações ruins, tento manter o bom humor, não sou de me abater. E olha que ouvi bastante desaforo. Quantas vezes eu fui em agência para deixar as minhas fotos e ouvia coisas horríveis... “Você não vai entrar na agência, porque com essas fotos você não serve nem pro lixo". São coisas que não precisa falar. “Arranja um fotógrafo bom e vai fazer fotos boas". Ouvia muita coisa que me deixava para baixo. A vida toda tive o apoio da miha família e aqui passava por essas coisas. Mas faz parte da vida. Eu chegava em casa, mas não chegava chorando. Sou uma pessoa alto astral, é muito difícil me deixar para baixo. Acho que isso incomodou. Tivemos uma discussão, ela disse que se sentia incomodada com a minha presença e que não suportava quando eu chegava em casa cantando.

ÉPOCA - E você chegava em casa cantando mesmo?
Mariana Rios -
É, ué! Sou uma pessoa feliz...

ÉPOCA - Mas essa briga te desanimou demais, não?
Mariana Rios -
Eu tinha acabado de brigar com a menina, não tinha um real no bolso, não sabia o que acontecia, porque só me esculachavam nas agências... Isso te joga para baixo. Achava que tinha uma amiga e descobria que não era amiga... Eu vim de uma cidade pequena, meus amigos de verdade estão lá. Achei que fosse encontrar isso aqui. Muita coisa não foi assim, tive que quebrar muito a cabeça. Até hoje levo meus tombos. Mas as coisas foram acontecendo, caminhando. Depois dessa confusão, fui morar com uma tia minha, que está no Rio há 25 anos. Quando ela viu que já não tinha mais jeito, que eu ia ter que ir embora, ela me chamou. Virou minha segunda mãe, hoje ela é minha parceira, me ajuda em tudo. Foi muito bom ter alguém da família aqui. Ela é irmã do meu pai, nunca tive muito contato com ela, mas isso nos aproximou demais.

ÉPOCA - Quando as coisas começaram a melhorar?
Mariana Rios -
Fui convidada pelo Oswaldo Montenegro para atuar em um musical. Quando ele me chamou pensei: "Existe luz no fim do túnel". Fiz dois musicais em que cantava e atuava. Não tinha um papel definido. O musical chamava Tipos e eu fazia vários personagens diferentes, pequenos esquetes. O outro se chamava Aldeia dos Ventos, também com vários personagens. O Oswaldo foi muito importante: ele colocava todo mundo pra cima, fazia a gente descobrir o que a gente tinha de melhor. As pessoas começaram a me assistir no Canecão. Daí, o Sérgio Marcos me viu e me chamou para a agência dele. Mais uma vez as coisas começaram a acontecer.

ÉPOCA - E o perrengue passou?
Mariana Rios -
Não. Comecei a fazer testes, mas, de novo, ouvia de todo mundo que meu sotaque não era bom, que eu nunca faria TV pelo meu jeito de falar. Até que veio o teste para Malhação. Estava tão cansada de tudo que pensei: "Vou fazer do meu jeito, não quero nem saber". Fiz, pedi pra cantar e passei. Fiz uma mineira que cantava por dois anos, a Yasmin.

ÉPOCA - Saindo da Yasmin e falando da Nancy, seu atual trabalho. Ela cresceu muito na história. Esperava isso?
Mariana Rios -
Sempre espero. Não vou dizer que foi uma surpresa. Eu fiz de tudo pra que isso acontecesse, dei meu melhor desde o primeiro dia em que me convidaram. Fui até o último buraco pra entender a personagem, fiz workshop. Trabalhei muito para perder o sotaque, porque a Nancy não tem sotaque: fui na fonoaudióloga todos os dias até ir para o Araguaia. Embarquei totalmente na personagem. Se eu for fazer uma foto, vou dar o máximo de mim. Sou uma pessoa que se eu aceito fazer uma campanha de roupa, por exemplo, não vou fazer como se fosse mais uma campanha. Para quem contratou aquela é A campanha. Se namoro alguém, sou a melhor namorada, eu me entrego mesmo.

ÉPOCA - Por falar em namoro, você namora o Di Ferrero, do NX Zero. É difícil namorar alguém famoso?
Mariana Rios -
Acho que até facilita, pra falar a verdade. Ele me entende muito, quando digo que tenho que viajar, que vou ficar um mês fora gravando, que vou ter que beijar outras pessoas... E ele leva muito de boa.

ÉPOCA - Você tem ciúme das meninas em cima dele?
Mariana Rios -
Não, de fã, não tenho, não. A gente é muito de boa, conversamos muito. E namoramos à distância, então, não dá pra ficar muito com essas implicâncias.

ÉPOCA - Depois da novela, você continua no Rio, certo?
Mariana Rios -
Sim, continuo.

ÉPOCA - E como vocês vão fazer?
Mariana Rios -
Ah, sei lá, vamos ter que casar, né? Não tem outro jeito.

ÉPOCA - Voltando para a Nancy. Ela roubou a cena na novela. Houve boatos de que isso estaria gerando um atrito entre você e Cleo Pires. É verdade?
Mariana Rios -
Vou ser muito sincera, é a primeira vez que falo sobre o assunto. Eu também li isso e fiquei muito chateada. Essa história não existe, tenho uma relação super tranquila com a Cleo, gostaria de saber quem plantou essa nota, porque a Cleo é uma grande atriz, chega muito cedo para fazer aquelas pinturas todas, ninguém merece uma nota daquelas, é uma coisa que está prejudicando nós duas.

ÉPOCA - Prejudicou a relação de vocês duas?
Mariana Rios -
Não, porque ela sabe a pessoa que eu sou e eu a pessoa que ela é. Ninguém precisa disso, eu estou no começo de carreira, quero trabalhar e não quero estar envolvida nessas coisas, é muito desagradável. Fico chateada, tudo que é mentira me deixa fora do sério.

ÉPOCA - Acho que o problema nem é você estar roubando a cena, mas os boatos de que ela estaria intervindo junto à direção da emissora para que diminuíssem seu papel...
Mariana Rios -
Isso não aconteceu, gente! Você conhece a pessoa e sabe que ela não é capaz de fazer isso, ela esta batalhando, é gentil com todo mundo, isso não existe. Gostaria de saber quem inventou isso, prejudica ambas as partes! Não é uma coisa saudável, não é uma coisa legal. É uma coisa muito grave, você envolve a produção, o diretor, o autor... Existe um respeito, um trabalho. Não existe esse papo de “fiquei com ciuminho vou pedir pra diminuírem o papel dela”.

ÉPOCA - Mas esquecendo a Cleo Pires, você se sente envaidecida?
Mariana Rios -
Pra mim é uma felicidade. Tirando qualquer comparação e essas histórias de que estou fazendo sucesso em cima dos outros, fico feliz. Não vou ser hipócrita de dizer que não fico. Mas penso no grupo. Ninguém brilha sozinho. Fico feliz pelo todo.

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