quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mariana Rios fala sobre sua estreia no cinema em 'Não se Preocupe, Nada vai dar Certo', de Hugo Carvana

Aos 26 anos, Mariana Rios exibe um currículo artístico diversificado, invejável para muitos veteranos. A atriz e cantora mineira, que começou a fazer shows em bares ainda aos 7 anos, e, após formar-se pela Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), participou dos musicais “ Tipos” e “Aldeia dos Ventos”, ambos de Oswaldo Montenegro. Sua estreia na TV veio com o reality show “Fama”, em 2002, e, seis anos mais tarde, ganhou um papel em “Malhação”, na qual permaneceu até ser convidada para compor o elenco da novela “Araguaia” (2010). Neste período, lançou seu primeiro CD, que leva seu nome, e vendeu cerca de 30 mil cópias. Agora, Mariana aguarda sua estreia no cinema, no longa-metragem “Não se Preocupe, Nada vai dar Certo”, de Hugo Carvana, que chega às telas no dia 5 de agosto. Na coprodução Globo Filmes, ela vive a brejeira Rosa, que vende coco e camarão numa praia do Ceará, apaixonada pelo atrapalhado golpista Lalau Velasco (Gregório Duvivier). Nesta entrevista exclusiva, Mariana fala sobre a experiência de trabalhar com Tarcísio Meira e Hugo Carvana, conta que, como sua personagem, teve de se virar muito para se sustentar, e adianta detalhes sobre o longa “Totalmente Inocentes”, que ela está filmando em Paulínia (SP).

Quem é a Rosa?
A Rosa é uma menina que vive no Ceará, vende coco e camarão frito para os turistas na praia e tem um relacionamento com o Lalau Velasco. Ela é superapaixonada, mas sabe que ele vive aprontando, sumindo para viajar e voltando. Numa dessas, o pai dele, o Ramon (Tarcísio Meira), vem correndo, como sempre, e diz que ele tem de sair de lá e ela fica sem o Lalau, para variar.

É a famosa “mulher de malandro”...
É, né? (risos) É uma menina típica da região, de cidade pequena, pacata. Se sustenta com o trabalho e sente falta quando ele some. Sempre espera por ele e nunca o traiu porque o ama e tem certeza de que ele vai voltar. Já passei por situação parecida, mas durou pouco (risos). Não tenho muita paciência de ficar esperando, sabe? Esperei para ver se ele se decidia, resolvia as questões, mas chegou uma hora que achei que tava dando problema demais e falei: “Não, Deus me livre. Vou botar um ponto final e decidir por ele”. Já não queria mais. A maioria das pessoas já passou por isso em seus relacionamentos.

O que você pôde aprender em sua estreia no cinema ao trabalhar com profissionais experientes como Tarcísio Meira e Hugo Carvana?
Contracenei mais com o Gregório e com o Tarcísio. Foi maravilhoso. Uma experiência e um aprendizado que vou levar para a minha vida toda. Primeiro, fazer um filme do Hugo Carvana, que sempre admirei. Gosto dos trabalhos dele como ator, autor e diretor. Além disso, pude estar ao lado do Tarcísio. Ficamos amigos e conversamos muito. É uma pessoa muito especial. Nos quatro dias que fiquei com ele durante as filmagens, parecia que eu estava sonhando. Me trataram de igual para muito igual e me deixaram muito tranquila, segura e relaxada fazendo brincadeiras. Eu, novata entre os veteranos, precisava daquilo naquela hora. Para completar, foi tudo muito organizado e estavam todos muito felizes, muito concentrados no trabalho.
Estou louca para assistir ao filme. Tenho certeza de que o resultado será muito bacana.

Você chegou a cantar em bares em Minas. Já precisou se virar como o Lalau, que é uma espécie de artista amador.
É diferente porque eles são charlatões, criam diversos personagens nessas andanças e agem como se fossem eles. Eu só fui me apresentar como atriz depois de vir para o Rio, com 18 anos, mas canto desde criança. Fazia shows em festas de aniversário e bares. Eles gostam de cair no mundo e dançar conforme a música. São do teatro e querem poder viver disso, embora seja complicado. Por isso, toda hora eles inventam um rolo diferente para ganhar um dinheiro. Está no sangue dos dois.

E, no início da carreira de atriz, você precisou se virar também?

Nossa, o tempo todo. Principalmente quando eu vim para o Rio. Tinha de me virar fazendo vários trabalhos que eu não queria para ganhar dinheiro e pagar os cursos. Trabalhos que não combinavam comigo como vender todo tipo de coisa: bijuterias, trufas, pão de mel. Mandava vir da minha cidade. Mas só fazia porque tinha de me virar. Usava um pouco dessa coisa de artista para conversar com as pessoas, o que eu sempre fiz com facilidade, para vender. Paralelamente, fazia teatro. Não queria seguir carreira de vendedora, mas sempre levava comigo, em qualquer lugar que fosse, um isopor com pão de mel. Mas confesso que não lembrei disso no set (risos).

Você gravou em Canoa Quebrada, uma das praias mais bonitas do Brasil. É inspirador?

Já tinha filmado lá em “Malhação”. É muito lindo, um visual incrível. No meu dia de folga, aproveitei. A comida de lá é muito boa também. E ajuda no trabalho porque basta chegar num lugar como esse para você se transformar. É bem diferente de filmar em estúdio, imaginando apenas o lugar em que você está.

Você estará em outros dois filmes. Quais são eles?

Fiz, há dois anos, “O Dejavu de um Poeta”, do Gustavo Coelho Moretson, um filme bem lúdico que ainda não foi lançado. Minha personagem é como se fosse o amor ideal, aparece para o mesmo homem em três encarnações diferentes. Foi muito bacana. Agora, estou em Paulínia, onde vou filmar “Totalmente Inocentes”, dirigido pelo Rodrigo Bittencourt e escrito por ele e pelo Rafael Dragaud. É uma comédia muito legal, que resvala no drama em alguns momentos. Ele se passa no morro Santa Marta, no Rio. Faço a Gildinha, protagonista ao lado do personagem do Fábio Porchat e do Lucas de Jesus. São meninos do bem que, para conquistar a Gildinha, têm de virar bandidos.

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